Nós, a humanidade, temos dificuldade em discernir o que é Divino do que é meramente humano. Daí por vezes surgir expressões totalmente opostas juntas, por exemplo:
amor egoísta, amor com apego, etc.
E isso ocorre não porque sejamos maus, mas porque estamos aprendendo a amar. É a parte fundamental do nosso aprendizado neste planeta. Quando soubermos apreciar melhor e a dar o devido valor ao real sentimento da Amizade Divina, do Amor Divino, da Paz Divina, e quando soubermos expressar esses sentimentos em nossa convivência, teremos fechado um ciclo de aprendizado. E, ao fechar esse ciclo, desaparecerão de nossa caminhada, pelo menos da maneira como concebemos hoje, expressões de ciúme, apego, posse, inveja, sentimento de culpa , rejeição, mal-entendidos e etc.
Esses sentimentos mais pesados e inóspitos ocorrem porque ainda estamos aprendendo o verdadeiro sentido da arte de bem viver e conviver.
Confundimos, por exemplo, amor profundo com paixão violenta! Os atributos do Amor são tão distintos dos da paixão. Mas tomamos um pelo outro constantemente. O final dessa relação não pode ser outro: mágoa, dor e sofrimento. A pessoa que se pensava seria o Amor da vida inteira , a alma gêmea, torna-se um inimigo.
A paixão mal resolvida de hoje, pode ser o obsessor de amanhã. Não só a paixão ,também a confiança traída e jogada fora , trocada por mágoa, os afetos desfeitos por surtos do ego e da vaidade, amigos que se tornam inimigos...
Temos muito a aprender no quesito Amor. A lição maior de todos os mestres de todos os tempos e de todas as religiões. É a regra de ouro do Cristianismo. A essência dos ensinos do Mestre Jesus: "Amar a Deus sobre todas as coisas, com toda a alma, com todo o entendimento e de todo coração, e ao próximo como a si mesmo."
Mesmo aquele que diz ser Cristão, ser de Deus, mas não é uma pessoa amena e amável, agradável e fácil de convívio, engana-se a si mesmo, pois longe está da vivência do afeto e do amor:
"Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas e anda nas trevas e não sabe para onde deva ir, porque as trevas lhe cegaram os olhos." - João ( I João,2:11)
EMMANUEL, através da mediunidade de CHICO XAVIER, no livro Fonte Viva, explica essa passagem:
"Se não sabes cultivar a verdadeira fraternidade, serás atacado fatalmente pelo pessimismo, tanto quanto a terra seca sofrerá o acúmulo do pó.
"Tudo incomoda àquele que se recolhe à intransigência.
"Os companheiros que fogem às tarefas do amor são profundamente tristes pelo fel de intolerância com que se alimentam.
"Não possuem rumo certo. Declaram-se expulsos da sociedade e da família.
"É que , incapazes do amor ao próximo, jornadeiam pela Terra, sob o pesado nevoeiro do egoísmo que os detém tão somente no círculo estreito das necessidades mais íntimas.
"Afirmam-se incompreendidos."
Emmanuel, aqui se refere aos próprios irmãos da Doutrina que, por não terem descoberto que Centro Espírita é para aprendermos a desenvolver valores do Espírito, permanecem presos aos afetos humanos e egoísticos, e , quando suas vontades não são atendidas, seus pontos de vista não são acolhidos, o "amor" do princípio da caminhada espiritual, converte-se em mágoa e desilusão, pessimismo e desânimo.
Na verdade, o amor humano, nesse caso, não cedeu espaço para a vivência do amor espiritual.
E os irmãos afastam-se do centro, de suas antigas atividades por decepções humanas mil. Dizem-se espíritas, mas não encontram nenhuma casa de amor para poderem atuar, pois nenhuma lhes atende os requisitos.
Tornam-se amargos e frustrados perante a Doutrina e seguem a vida no plano horizontal, colecionando amores passageiros e mágoas quase eternas referentes às próprias pessoas de seu círculo pessoal.
E arremata Emmanuel:
"Aprendamos a viver com todos, tolerando para sermos tolerados, ajudando para que sejamos ajudados, e o Amor nos fará viver, prestimosos e otimistas, no clima luminoso em que a luta e o trabalho são bênçãos de esperança."
Texto, pesquisa e postagem por Denilson Sant'Ana
